Segundo a tradição dos povos de Matriz Africana, “As mães e os pais sabem onde seus filhos nasceram”.
Numa perspectiva iniciática, isso se traduz como filhos e filhas do axé e sua relação com a ancestralidade das casas, onde as transformações e renúncias ocorrem. Não somos nós que escolhemos o lugar desse rito de passagem. Somos escolhidos/as. E hoje, dia 4 de Outubro de 2021, renovo, na memória, a minha filha espiritual Iyá Fangêmi, nossa amada Mãe Luiza D’Oxun, Iyálorixá N’Ilè Axé Iyá Omi, nascida nas Águas de Oyá. São quatro anos de saudades, quatro anos de lembranças que não se apagam; lembranças que se renovam.
É pensando positivamente e no construto yorubano que faço esta homenagem à Mãe Luiza. Ela fez da sua caminhada, no Ilè Axé Oyá Funké, traços de boas lembranças de fé na religião e no Orixá. Filha de Oxum, Mãe Luiza se dava intensamente a este Ilè, bem como aos seus filhos iniciados dentro da nossa tradição Ketu, amando-os, aclamando-os, orientando-os, tudo pelo bem do Axé. Ela se foi, se coadunou aos ancestrais, pois assim quis Olodumare. Não deixou de ser, porque o que se vai é o físico e o que fica é a essência. O corpo é só matéria emprestada para atuarmos nesta tenda passageira chamada terra.
Assim, Mãe Luiza deixa o seu legado de grande mulher guerreira, grande mãe e grande filha. Fez da sua fé a sua vida e soube conduzir o seu Ilê Axé IYá Omi com maestria: acolhia multidões em sua casa, tudo para festejar, com entrega, os Orixás. E é desta forma que eu e toda a comunidade Oyá Funké homenageamos nossa grande Mãe Luiza.
Que Oyá lhe tenha em seus braços, filha. E que reforcemos sempre a certeza de que um dia todos/as nós nos encontraremos. Que o brilho de Oxum seja sempre seus caminhos e que o Alá de Oxalá lhe cubra de sabedoria e luz.
Sua eterna Yalorixá,
Mãe Vanda Dantas
Ilê Axé Oyá Funké, 04 de outubro de 2021.
Itabuna – BA
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