Nascimento e Morte para o Yorubá é tudo celebração. Perpetuamos a nossa espiritualidade através da ancestralidade que permite a continuidade da memória. O corpo é só matéria emprestada para atuarmos neste planeta terra.
A essência é o nosso espírito. Este corpo, na passagem por este mundo, tem as suas missões, seus atos e seus afazeres e seus quereres. E assim construímos nossa história. Plantamos o bem ou o mal, a tristeza ou a alegria, porque somos homens e mulheres de Olodumare, que nos dá o livre arbítrio. É também comum a dor que se apresenta em forma de saudade, esse sentimento que muitas vezes corrói a nossa vida e a nossa alma. Fomos construídos na perspectiva da morte como sofrimento. Não deixa de ser, porque perdemos o visível, o tocável. E é neste momento que nos reportamos à nossa irmã, amiga e filha Maria Luiza Kruschewsky – Mãe Luiza – com muita saudade. “Você nos faz muita falta!” É o que tanto ouvimos após sua partida física.
Mas é pensando positivamente e no constructo yorubano que faremos a nossa homenagem a ela: uma caminhada cheia de boas lembranças de fé na religião e no Orixá. Filha de Oxum, Mãe Luiza se dava aos seus filhos, amando-os, aclamando-os, tudo pelo bem do Axé. Ela se foi...assim quis Olodumare. Porém deixou o seu legado de grande mulher guerreira, com o “tombo” para o axé e para conduzir o seu Ilê Axé IYá Omi. Acolhia multidões em sua casa, tudo para festejar com abundância os Orixá. E é desta forma que homenageamos nossa grande Mãe Luiza: intensa!
Que Oyá lhe conduza ao Orum com a certeza de que um dia nos encontraremos. Que o brilho de Oxum seja o seu brilho e que o Alá de Oxalá lhe cubra de sabedoria e luz.
Por Ricardo Santos Dantas
Baba Olufemi - Babaegbé Ilè Axé Oyá Funké
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