ASSOCIAÇÃO DO CULTO AFRO ITABUNENSE
Fundada em 06 de abril de 1987
CNPJ 16.239.956/0001-80
Foi com alegria que a Iyalorixá do Terreiro Ilè Ase Oya Funké, Mãe Vanda, 68 anos, casada há 48, Bisavó, avó, Mãe de 06 filhos biológicos e mais de duas centenas de filhos espirituais. Advogada, Membro dos Conselhos municipais de Assistência Social, da Criança e do Adolescente, dos Direitos da Mulher. Sócia Fundadora da ACAI Associação do Culto Afro Itabunense (1987) e atual presidente, onde executa o Projeto Cultura Em Ação/Programa Pontos de cultura da Bahia. Recebeu o convite para dar uma entrevista na TVI na cidade de Itabuna, acerca dos seus 30 anos de sacerdócio (comemorado ontem 22/02) e das atividades do Ponto de Cultura para 2010. Ao comparecer a sede da emissora a sacerdotisa foi covardemente constrangida ao ser comunicada que o diretor do Programa o Sr. Barbosa Filho não permitia a entrevista por ser o assunto ligado à religião do candomblé. A repórter Keli Dourado, visivelmente envergonhada, pediu perdão a Iyalorixá, mas deixou claro que a direção do Programa estava irredutível. A sacerdotisa retornou para sua residência revoltada com a falta de respeito com que as Comunidades de Terreiros são tratadas constantemente por fanáticos religiosos e preconceituosos nos veículos de comunicação, principalmente no interior do estado.
Em virtude do ocorrido a Comunidade Do Terreiro Ilè Ase Oya Funké, vem em busca do apoio das entidades, autoridades e lideranças a esta carta de repúdio, com a intenção de acionar a justiça e a sociedade contra esse ato infame de preconceito e falta de respeito à constituição e as leis deste país, contra o direito de expressão e de liberdade de culto, na luta contra a discriminação contínua com que as Comunidades Tradicionais de cultura Negra e Indígena são tratadas e pelo descaso das autoridades competentes.
Luiz Dantas
Babalasé N’Ilè Ase Oya Funké
Coordenador ponto de cultura
Associação do Culto Afro Itabunense
Projeto cultura em ação
ACAI/Bahia
(73) 3612-0175
2 comentários:
O ILÊ AXÉ IJEXÁ ORIXÁ OLUFON e a a ASSOCIAÇÃO SANTA CRUZ DO IJEXÁ - ASSANCRI, ambas sediadas nesta cidade de Itabuna, unem-se ao Terreiro Ilê Axé Oyá Funké, à ACAI e à Mãe Wanda, elevando suas vozes em protesto contra o desrespeito, a falta de compustura, à violência de que foram vítimas, conforme relato da "Nota de Repúdios" divulgada pela ACAI. Informa aquela nota que a Ialorixá Mãe Wanda, fora convidada pela TVI, para ser entrevistada. E ao entender ao convite, para sua surpresa, a referida Ialorixá fora impedida de ser entrevista por um senhor que se dizia autoridade máxima daquele órgão de comunicação. O impedimento se devia ao fato de Mãe Wanda ser pessoa que professa a religião do candomblé.
As pessoas preconceituosas ainda imaginam estar vivendo os tempos de Pedrito Gordo, famigerado delegado do passado, que invadia os terreiros e aprisionava os fiéis do candomblé que eram considerados criminosos por praticarem outra fé.
Essas pessoas desconhecem que não são donas do mundo e que o Brasil é uma República dedomcrática, cuja Constituição garante liberdade de culto aos cidadãos e cidadãs brasileiros.
Para além disso, o mínimo que se espera de um homem é que ele seja gentil e cavalheiro com as mulheres. E Mãe Wanda foi humilhada e ofendida no seu exercício da liberdade de escolha justamente por um homem. Esse referido senhor precisa aprender que ele não é dono do mundo, que veículo de comunicação não tem religião, que Itabuna não está mais nas garras dos coronéis do cacau. A mentalidade dele pode até ser retrógrada, medíocre, atrasada, mas isso não nos obriga a suportar o subproduto de suas escolhas.
Devemos deixar claro que as senzalas foram extintas no Brasil desde 1888; Pedrito Gorto está morto e sepultado há décadas; o Brasil é um país democrático; Itabuna é terra de gente boa e civilizada; a nossa Constituição nos garante liberdade de culto. Por tudo isso, as vozes dos terreiros de Itabuna não podem se calar. Hoje, foi Mãe Wanda que serviu de alvo do ódio, da discriminação, do desrespeito, da ignorância, da selvageria, da violência. Amanhã, certamente, seremos nós outros, os que professamos a mesma fé.
Essa espécie de gente está acostumada a agir assim nas praças, nos meios de comunicação de massa, e tudo ficar por isso mesmo. Ensinemos, pois, a essa gente, pela via dos tribunais, que com o tempo, todas as coisas mudam, e nós mudamos com elas.
À Mãe Wanda, todo o nosso apoio e solidariedade. Ao Terreiro Oyá Funké, nossa declaração pública de que estamos juntos nessa luta. À ACAI, nossa disponibilidade para a reação.
Ruy do Carmo Póvoas - Ajalá Deré
Babalorixá do Ilê Axé Ijexá Orixá Olufon
Edivaldo Souza Fadori
Presidente da ASSANCRI
Ogã Olubori de Oxum Abalô
26 de fevereiro de 2010 03:41
O Evangelho de Jesus,é o Evangelho da caridade,no sentido amplo,nas suas passagens Cristo, não discrimina e não diz que só existe uma religião,a igreja é para ELE, cada um que faz as lei do amor prevalecer.
Do ponto de vista histórico,a REFORMA fez acontecer a intolerância,mas atualmente é inadimissível que a humanidade tenha retrocedido no tempo,principalmente em uma país diverso e miscigenado,onde a História de todos se fundem numa só: na formação do povo brasileiro.
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