sexta-feira, 2 de julho de 2010
Carta do Grupo Humanus a ACAI
O MOVIMENTO LGBT E AS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA
Desde os primórdios tempos na formação da sociedade brasileira, os LGBT, sempre tiveram apoio incondicional nos espaços onde a religiosidade era tratada dentro dos ritos e preceitos das matrizes africanas.
Tanto o homem se delicado ou não, se a mulher máscula ou não, nunca eram tidos ou tratados com diferencial ou reprimidos no exercício da sua expressão religiosa, pela sua orientação sexual. Isso é fato.
As primeiras uniões que se tem conhecimento dentro do território brasileiro entre pessoas do mesmo sexo se deram dentro dos cultos e terreiros de matriz africana, o que demonstra o respeito a diversidade e às diferenças.
Outro ponto que une muito os povos de matriz africana e os LGBT, o fato como a sociedade em seus diversos setores sempre colocara ambas as populações em uma situação de marginalidade negando seus direitos, e dificultando o emponderamento político e social destas duas populações.
As lutas travadas, e proteção aos seus são traços marcantes dentro destas duas populações o fato dos terreiros, sempre ter acolhido e protegidos seu filhos, é exemplo vivo para a politização e meio de formação nas primeiras associações LGBT, nos anos 80.
A língua, uma relíquia dos povos de matriz africana fora de pronto nos anos de perseguição policial absolvida pela maioria dos LGBT, e até o presente é uma espécie de dialeto da população LBGT, pois este dialeto quando usado em situações de perigo ou de extrema necessidade muitas vida já salvou e salva.
A preservação da oralidade de origem nas matrizes africanas dentro do candomblé e no movimento LBGT, é uma questão cultural de suma importância, visto que são saberes que devem ser registrados , documentados, preservados e passados às novas gerações.
Esse processo de documentação deve se dar dentro de espaço fora dos centros acadêmicos, com uma ligação especifica com estas populações, para que seja preservada a cultura tanto na sua oralidade através de criação de câmaras de cânticos especificas, respeitando as tradições de cada nação, bem como os registros destes cânticos, em livros e incentivo aos iniciados no sacerdócio o ato da escrita com dialeto da sua nação.
Indumentária, vestes e adereços é um ponto que une novamente a população de matriz africana e os LGBT, a criação, o corte, a costura e confecção de ornamentos de rituais, extrapolou os muros dos terreiros e invadiu os salões de centros de artes em exposições magníficas, e tornou-se o grande impulso nas fantasias dos grandes carnavais do mundo.
Expostos alguns pontos, tenho o orgulho de falar da importância, de um ponto de cultura em parceria com o culto religioso de matrizes africanas, visto e ligação direta e prioritária deste espaço na criação cultural destes povos, bem como a sua manutenção e desenvolvimento.
Fonte:
Jose Antonio Loyola
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73-8123-8260
Grupo Humanus
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